Três pessoas foram presas nesta quinta-feira (17), pela Polícia Federal, durante a Operação Operação Res Capta.
Entre eles está o coordenador regional da Funai de Ribeirão Cascarlheira, Jussielson Gonçalves Silva, um ex-policial militar e um policial militar na ativa, ambos do Amazonas.
O objetivo da operação é desarticular um esquema que realizava arrendamentos ilegais na Terra Indígena Xavante Marãiwatsédé para desenvolvimento de atividade pecuária.
Foram três mandados de prisão preventiva, sendo que um dos alvos, o ex-policial, foi também preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo. Ele já era condenado no Amazonas a 18 anos de prisão por crimes cometidos nos anos 2000, entre eles extorsão, tráfico de drogas e tortura.
Conforme as investigações, o ex-militar se tornou o “braço direito” do coordenador da Funai, que ocupava no esquema lugar de destaque.
Segundo o delegado Mário Sérgio Ribeiro de Oliveira, o crime já era cometido na região desde meados de 2017. No entanto, com a chegada do coordenador, a prática se profissionalizou.
Um exemplo disso foi o crescimento exponencial dos ganhos do cacique xavante Damião Paridzane, que, segundo a PF, recebia dinheiro para permitir a exploração da terra.
“Ele arrecadava em 2017 aproximadamente R$ 270 mil. Com a chegada do novo coordenador esse valor saiu disso e hoje está em aproximadamente 900 por mês”, explicou o delegado.
Conforme a PF, o coordenado também era responsável por realizar a seleção de quem arrendaria e exploraria as terras indígenas.
Além do afastamento do coordenador da Funai, a Justiça determinou a retirada de todo o gado do interior da terra indígena, uma vez que eles estão “engordando às custas da União”. Eles tem o prazo de 45 dias para realizar a retirada sob pena de prisão.
O cacique foi ouvido na Delegacia de Barra do Garças e se irritou, segundo o delgado, porque uma a sua SW4, ano 2021, que teria sido presente de um dos arrendatários, foi alvo de sequestro por parte da Justiça.
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