O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), comentou sobre a possibilidade de a Operação Perfídia respingar no partido, já que um dos alvos da ação policial é o vereador Chico 2000, que também é membro da sigla. Brunini destacou que as providências devem ser tomadas pelo presidente e se isentou de fazer julgamentos sobre o caso.
“Cabe ao presidente do partido a avaliação. O Chico já tinha solicitado uma possível saída do partido numa disputa na presidência da Câmara e tudo mais. Isso ficou em aberto, ele ficou esperando o momento dele fazer, mas não cabe a mim fazer esse julgamento agora, porque estou na condição de prefeito”, afirmou.
Brunini também destacou a necessidade de cautela, pois manifestações precipitadas podem gerar efeitos colaterais na relação entre Legislativo e Executivo. Ele reforçou que as investigações devem seguir seu curso e que, no momento adequado, haverá mais clareza sobre os fatos.
A relação de Chico 2000 com o partido e o próprio prefeito já passou por momentos de tensão. Em novembro do ano passado, o vereador demonstrou mágoa com lideranças do PL, chegando a cogitar deixar a sigla.
Na ocasião, Chico 2000 reclamou da condução de algumas lideranças na escolha da próxima Mesa Diretora da Câmara, alegando que foi deixado de fora do processo. O parlamentar é membro do PL há mais de 20 anos.
Operação Perfídia
A Operação Perfídia foi deflagrada na manhã desta terça-feira (29) para investigar suspeitas de corrupção na obra do Contorno Leste, em Cuiabá. Os vereadores Chico 2000 (PL) e Sargento Joelson (PSB) são acusados de cobrar propina para viabilizar a aprovação de pagamentos à empresa responsável pela execução. Os parlamentares foram afastados do cargo.
Além dos parlamentares, outros três são investigados — um empresário e dois funcionários da empresa responsável pela obra.
As investigações tiveram início a partir de denúncia recebida pela Deccor em 2024, noticiando que vereadores teriam solicitado a um funcionário da empresa responsável pela execução das obras do Contorno Leste propina para a aprovação de matéria legislativa que possibilitou o recebimento de pagamentos devidos pelo município à referida empresa no ano de 2023.
Uma parte dos valores foi depositada em conta indicada por um dos vereadores, e há indícios de que a outra parte tenha sido paga em espécie ao parlamentar, no interior de seu gabinete na Câmara, onde as negociações teriam ocorrido.

