Mauro estuda alternativas para Santa Casa, mas nega possibilidade de quitar dívidas trabalhistas

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O governador Mauro Mandes (União) manteve o clima de mistério sobre o destino que o Estado estuda para o Hospital Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá, hoje, sob sua gestão. As pressões sobre a utilização da unidade, depois que inaugurado o Hospital Central, previsto para setembro, aumentaram com o anúncio da Justiça do Trabalho em Mato Grosso de que o prédio já está apto a ser vendido para pagamento de dívidas trabalhistas deixadas pela antiga administração da unidade. Todavia, o gestor negou qualquer possibilidade de quitar dívidas trabalhistas do local.

“O Estado, como sempre, tem uma postura de estudar silenciosamente e, depois, anunciar mediante um aprofundamento das alternativas que nós temos. Eu já disse publicamente à imprensa que nós trabalhamos hoje com duas alternativas. No momento certo, nós anunciaremos quais são”, disse Mendes em coletiva de imprensa, na manhã desta quarta-feira (30), no Palácio Paiaguás.

Uma das possibilidades já cogitadas pelo gestor da Saúde estadual, Gilberto Figueiredo, foi a cessão dos equipamentos do governo à Prefeitura de Cuiabá, para dar sequência aos atendimentos na unidade sob administração municipal, caso o prefeito Abilio Brunini (PL) adquira o prédio, como já anunciou a intenção.

Ocorre que até 2019, a Santa Casa atuava como unidade filantrópica, no entanto, em meio à crise, a unidade chegou a fechar as portas. Momento em que o governo estadual requisitou administrativamente os bens do local.

Na época, mais de 800 funcionários do hospital estavam com seis salários em atraso. Montante que, de acordo com levantamento do Tribunal Regional de Trabalho (TRT-MT), feito em janeiro de 2025, está em mais de R$ 50 milhões. O próprio TRT já anunciou que pretende leiloar o prédio com lance inicial de R$ 78 milhões, valor que será distribuído entre os credores.

Ao ser questionado sobre a possibilidade de quitar as dívidas trabalhistas a fim de auxiliar a Prefeitura de Cuiabá em comprar o prédio e dar continuidade aos atendimentos no local, Mauro negou qualquer responsabilidade.

“O Estado não tem a obrigação de pagar dívida trabalhista de ninguém. Se houve problemas no passado, o Estado sabia dessa dívida, mas não é problema do estado. Eu não sou obrigado a pagar dívida de ninguém não”, declarou.

O governador ainda destacou que o governo atua na unidade, mas paga aluguel de ao menos R$ 300 mil mensais ao TRT.

“[O Estado] usou durante o período e pagou o mês certinho. Então, neste momento o Estado vai agir de forma responsável, cuidando do interesse maior da Saúde e defendendo o dinheiro de todos nós, de todo cidadão. O Estado vai agir sempre assim como agiu até agora”.

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