A eleição para a presidência da Federação Mato-grossense de Futebol (FMF), prevista para este sábado (3), foi suspensa por decisão judicial após a juíza plantonista Glenda Moreira Borges acatar pedido da Associação Camponovense Celeiro de Futebol (ACCF), que apontou irregularidades no processo eleitoral.
A oficial de justiça Cleide Castilho compareceu à sede da entidade pela manhã para entregar a notificação de paralisação imediata do pleito. Entre as denúncias apresentadas está a tentativa do atual presidente, Aron Dresch, de disputar um terceiro mandato consecutivo — o que é vedado pelo estatuto da FMF, conforme artigo 23 do estatuto, renovado em 2021, que prevê mandato de 4 anos e deixa claro a possibilidade de apenas uma reeleição.
O empresário e dirigente do Mixto SAF, Dorileo Leal, que concorre com a chapa de oposição “Federação Para Todos”, criticou o processo. Segundo ele, a suspensão foi necessária para preservar a integridade da eleição. “Fomos surpreendidos ontem à noite com uma decisão que excluía o Campo Novo do Parecis da votação, um voto declarado na nossa chapa, e incluía o Juara, com votos para a chapa adversária. Isso alterava completamente o equilíbrio da disputa e nos obrigou a buscar amparo judicial”, disse Dorileo.
Em resposta, a Federação divulgou uma nota oficial informando que ingressou com recurso contra a liminar. A entidade aguarda que a decisão seja revista até o início da tarde, com a expectativa de realizar o pleito ainda neste sábado, conforme previsto no edital.
“Em Assembleia Geral realizada nesta manhã, os clubes filiados decidiram, de forma consensual, aguardar até as 14h30 uma eventual liberação da Justiça. Apenas o Mixto Esporte Clube, presidido por Dorileo Leal, se posicionou contra. Representantes do União e do Nova Mutum, também membros da chapa de oposição, acompanharam a decisão dos demais clubes.”
A FMF também destacou o esforço logístico de dezenas de dirigentes que viajaram até 700 quilômetros para participar do processo, além do deslocamento da Comissão Eleitoral vinda de outro estado. “Reforçamos nosso compromisso com a legalidade, transparência e lisura do processo eleitoral”, conclui a nota.
O advogado da chapa de oposição, Antônio Eduardo Garcia, reforçou que a suspensão visa garantir um processo legítimo: “O futebol de Mato Grosso precisa de uma eleição limpa, com igualdade de condições. Vamos aguardar a análise de mérito para que tudo ocorra dentro do Estado Democrático de Direito.”