Rd News
A Polícia Civil cumpriu, nesta terça-feira (29), mandado de busca e apreensão na Câmara de Cuiabá no âmbito da Operação Perfídia, que investiga os vereadores Sargento Joelson (PSB) e Chico 2000 (PL) por suposto recebimento de propina para o favorecimento da empresa que era responsável pelas obras do Contorno Leste na tramitação de matéria de seu interesse no Legislativo Cuiabano. A ação é da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor).
Conforme apurado pelo Rd News, a polícia cumpriu o mandado no prédio do Legislativo. Os alvos foram o setor de TI e os computadores da portaria.
“A Casa de Leis adotou todas as medidas necessárias para garantir o pleno acesso às informações solicitadas, colaborando integralmente com as autoridades competentes e assegurando o respeito ao devido processo legal, primando pela ética e transparência”, disse a Câmara em nota.
Os dois parlamentares seguem afastados e aguardam o fim das investigações.
Operação Perfídia
Investigação da Deccor aponta que os vereadores Sargento Joelson e Chico 2000 teriam cobrado propina de empresa responsável em obra do Contorno Leste.
Segundo a Polícia Civil, a investigação começou no ano passado, após denúncia de que os dois vereadores teriam solicitado, a um funcionário da empresa responsável pela execução das obras do Contorno Leste, propina para a aprovação de matéria legislativa que possibilitou o recebimento de pagamentos devidos pelo Município no ano de 2023.
Uma parte dos valores foi depositada em conta indicada por um dos vereadores e há indícios de que a outra parte tenha sido paga em espécie ao Sargento Joelson, no interior de seu gabinete na Câmara, onde as negociações teriam ocorrido.
No dia 29 de abril, foram cumpridas 27 ordens judiciais, sendo mandados de busca e apreensão, quebra de sigilo de dados telefônicos e eletrônicos, além de sequestro de bens, valores e imóveis, em desfavor de cinco investigados.
Chico 2000 e Sargento Joelson estão afastados do cargo por decisão judicial, proibidos de acessar as dependências da Câmara. Os salários voltaram a ser pagos por determinação da Justiça. Outros investigados — um empresário e dois funcionários da empresa — também estão proibidos entrar no Legislativo Cuiabano e de manter contato entre si ou com testemunhas.