sábado, agosto 2, 2025

Empresários, advogados e servidores: veja quem são os 11 presos na Operação Sepulcro Caiado

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A Polícia Civil de Mato Grosso, com apoio do Tribunal de Justiça (TJMT), deflagrou na manhã desta quarta-feira (30) a Operação Sepulcro Caiado, para desmantelar um esquema criminoso sofisticado que fraudava processos judiciais e pode ter causado prejuízos superiores a R$ 21 milhões aos cofres públicos.

No total, foram 160 ordens judiciais cumpridas em CuiabáVárzea Grande e Marília (SP), incluindo 11 mandados de prisão preventiva22 de busca e apreensão16 bloqueios judiciais, além da quebra de sigilos bancário e fiscal de 46 pessoas e o sequestro de 18 veículos e 48 imóveis.

As investigações, conduzidas pela Delegacia de Estelionato de Cuiabá, revelaram um esquema operado por advogados, empresários e servidores do Poder Judiciário, que simulavam cobranças judiciais e falsificavam comprovantes de pagamento para liberar valores por meio de alvarás judiciais.

Presos pela Polícia Civil

Entre os alvos de prisão preventiva, estão nomes de destaque, incluindo servidores públicos e familiares ligados entre si:

  • Wagner Vasconcelos de Moraes

  • Melissa França Praeiro Vasconcelos de Moraes

  • João Gustavo Ricci Volpato

  • Luiza Rios Ricci Volpato

  • Augusto Frederico Ricci Volpato

  • Rodrigo Moreira Marinho

  • Themis Lessa da Silva

  • João Miguel da Costa Neto

  • Régis Poderoso de Souza

  • Mauro Ferreira Filho

  • Denise Alonso

  • Mandados de busca e apreensão

    Além dos presos, também foram alvos de busca:

    • Escritório de Advocacia França e Moraes, vinculado a Wagner e Melissa Moraes

    • Flávia de Oliveira Santos Volpato

    • Júlia Maria Assis Asckar Volpato

    • As empresas RV Empresa de Cobrança Ltda e Labor Fomento Mercantil Ltda

    • Guilherme Porto CorralKeyyly Gonçalves MartinezEva da Guia Magalhães e Cláudia Regina Dias de Amorim Del Barco Correa

    Como funcionava o esquema

    A organização ajuizava ações judiciais de cobrança falsas ou com valores inflados, usava advogados fantasmas para representar vítimas e forjava comprovantes de depósitos judiciais. Um servidor do Judiciário, então, migrava valores da conta única do TJMT para o processo específico, o que permitia a emissão de alvarás fraudulentos.

    Em alguns casos, vítimas sequer sabiam da existência dos processos. Há registros de ações com valores simulados de até R$ 1,8 milhão, quando o real empréstimo não ultrapassava R$ 100 mil. Uma das vítimas era interditada judicialmente, o que torna o caso ainda mais grave.

    O Tribunal de Justiça de Mato Grosso auxiliou na detecção de movimentações irregulares dentro do sistema e mudou a metodologia de transferência de valores judiciais em 2023, o que impediu a continuidade das fraudes no mesmo formato. A apuração agora se concentra na localização de novos envolvidos e na ampliação do número de processos identificados – atualmente, são 17 ações fraudulentas entre 2018 e 2022.

    Mais detalhes sobre o caso serão apresentados em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (30), às 9h30, na Delegacia de Estelionato de Cuiabá, na Avenida Dante Martins de Oliveira, bairro Planalto.

    O nome da operação faz alusão à expressão bíblica que denuncia a hipocrisia e corrupção camufladas pela aparência de integridade — como pessoas que se mostram corretas externamente, mas são profundamente corrompidas por dentro.

    Jornalista: Mika Sbardelott

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