Ditadura, perseguição e revanchismo. Essas são as palavras mais citadas pelos bolsonaristas de Mato Grosso após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, decretar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de coação ao Judiciário e quebra de medidas cautelares.
O senador Wellington Fagundes (PL) afirmou que a decisão, de segunda-feira (4), seria uma tentativa de calar Bolsonaro, já que ele não teria cometido nenhum crime. “Ele não roubou, não está envolvido em nenhum escândalo. O que querem mesmo é calar sua voz. Mas não vão conseguir, porque o povo foi pra rua’, disse o senador.
Fagundes ainda afirmou que as manifestações de domingo (3) denominadas “Reaja Brasil”, em apoio ao ex-presidente, foram maiores do que as últimas em que o próprio Bolsonaro esteve presente. “O bolsonarismo não vai morrer, ele está no coração das pessoas e as manifestações mostraram isso. Não adianta tentar calar o bolsonarismo, pois não vão conseguir”.
Questionado sobre os motivos que justificaram a prisão, como desrespeitar as cautelares já impostas pelo STF, por utilizar redes sociais de aliados – incluindo seus 3 filhos parlamentares, Fagundes disse que não entrará na questão técnica. “Eu sou político e não advogado. Eu estou comentando politicamente. Mas até os advogados do Bolsonaro tinha dúvidas dessas cautelares”, explicou.
O deputado estadual Gilberto Cattani classificou como absurda a medida e que o país já não é uma democracia. Para ele, se instaurou oficialmente a ditadura pelo STF. “Não cometeu nenhum crime, ele apenas cumprimentou os manifestantes”, disse.
O deputado federal Coronel Assis (União) emitiu uma nota de repúdio contra Alexandre de Moraes, afirmando que a prisão do ex-presidente seria ‘midiática’.
“Assim como foram repudiáveis e inaceitáveis as medidas cautelares revanchistas e arbitrárias que já cercearam os direitos fundamentais de Bolsonaro, hoje mais uma vez, o decreto de prisão domiciliar busca antecipar um espetáculo midiático pretendido pela esquerda para tirar de cena o maior líder da direita que o Brasil já viu”, diz a nota.
Já o deputado federal José Medeiros (PL) alega que Bolsonaro não fez nenhuma postagem nas redes sociais e que a justificativa é apenas uma cortina de fumaça. “Se isso [postar nas redes sociais] for motivo de prender. Então Bolsonaro tem que ir para Papuda. Se ele tem coragem [Alexandre de Moraes], por que não mandou Marcos do Val preso? Ele não infringiu a lei. Atendeu ligações do Brasil todo”, disse.
O deputado afirma ainda que Moraes estaria “dobrando a aposta”, fazendo referência a sanção imposta pelo presidente dos EUA Donald Trump. “Ele [Alexandre] está fazendo o que quer. Mas ele está enganado. Ele está mais preso que o próprio Bolsonaro”, alegou.
Coronel Fernanda (PL) disse que estaria ocorrendo uma injustiça contra Bolsonaro e que a prisão domiciliar seria um capítulo de uma perseguição política que envergonha o Brasil e afronta a democracia. “Estão tentando calar a voz de quem sempre defendeu a liberdade e o povo brasileiro. Mas não conseguirão! Seguiremos firmes na defesa da verdade, da justiça e do nosso capitão”.
O prefeito Abilio Brunini (PL) postou em suas redes sociais um vídeo do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), criticando a decisão de Moraes, assim como uma nota do governador Mauro Mendes (União) também reprovando a atitude do ministro.
Já o deputado estadual Valdir Barranco (PT) afirmou que o ex-presidente está tendo oportunidade de fazer sua ampla defesa, mas que ele descumpriu as medidas cautelares de não usar as redes sociais. “Ele foi notificado uma vez, e desrespeitou de novo. Ele está de brincadeira com a Justiça. E a prisão dele está vindo a conta-gotas, e logo ele será preso em definitivo”, argumentou.
A ex-deputada federal Rosa Neide (PT) afirmou que Bolsonaro e o seu grupo não respeitam a economia brasileira e que o país está com problemas construídos “por eles”.
“Continuam criando problemas atacando o STF, a justiça brasileira não pode ser menosprezada, somos um país soberano, cumpriremos a nossa constituição. A população está atenta e compreendendo o que significa eleger traidores da pátria.”, disse.
A senadora Margareth Buzetti (PSD) publicou críticas em suas redes sociais e frisou que “paciência tem limite”.
“Ninguém está acima da lei, nem mesmo ministro do Supremo Tribunal Federal. Acabo de assinar o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes”, disse em vídeo.