Um comandante de alto escalão do grupo terrorista Hamas – identificando-se como tenente-coronel – relatou à BBC que o controle sobre cerca de 80% da Faixa de Gaza “desmoronou completamente”.
A mensagem de voz revela uma organização em colapso total após quase dois anos de confronto com o Exército israelense.
“Sejamos realistas — quase nada restou da estrutura de segurança. A maior parte da liderança, cerca de 95%, morreu… Todas as figuras ativas foram eliminadas”, afirmou o oficial em entrevista à emissora britânica.
O militar também destacou que o pagamento de salários encontra-se interrompido e, quando liberados, mal sustentam o básico. “Alguns morrem só de tentar recebê-los”, completou.
Conforme o relato, após o fim do último cessar-fogo em março, os terroristas perderam “completamente” o controle da segurança; os saqueadores invadiram sedes do grupo sem qualquer resistência.
“A segurança é zero. O comando é zero. Não há liderança, nem comunicação”, afirmou.
Milícias tentam ganhar destaque
Com o vácuo de poder, forças não ligadas ao Hamas – incluindo milícias do clã Abu Shabab – ganharam destaque, especialmente em áreas como Rafah e Khan Younis.
Segundo o oficial, seis grupos armados atuam atualmente em Gaza, sem qualquer freio para quem tenta enfrentá-los: “Qualquer pessoa que tentasse organizar resistência foi bombardeada por Israel em menos de 30 minutos”.
Por sua vez, as IDF (Forças de Defesa de Israel) estimam controlar cerca de 65% do território. No entanto, evitam avançar em regiões centrais – Cidade de Gaza, por exemplo –, onde suspeitam que reféns permanecem, limitando as incursões terrestres.