O prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (MDB) já acumula em seu curriculum de “homem público” 19 operações policiais. Hoje, ele detém o título de prefeito com o maior número de operações policiais no cargo.
As operações começaram a ser deflagradas em 2018 e a última operação aconteceu nesta quinta-feira (23) e investiga um esquema na contratação de serviços de raio-x e ultrassonografia.
Todas as irregularidades são de 2022, época em que a Secretaria de Saúde do município ainda era comandada pelo prefeito. Atualmente ela está sob intervenção judicial e é administrada pelo Estado.
A maioria das operações, da Polícia Civil e da Polícia Federal, tem como alvo fraudes e esquemas de corrupção na Saúde pública da Capital.
Os supostos esquemas investigados vão desde fraude em sistema de tecnologia para atendimento de paciente, contratação de médicos fantasmas, esquemas em serviços de raio-x, compra de medicamentos, desvio de dinheiro público na contratação de leitos de covid, entre outros.
Nas operações já foram presos ex-secretários e servidores.
Outro título que só Emanuel Pinheiro detém, como prefeito de uma Capital, é que a primeira-dama Márcia Pinheiro está há dois anos proibida de entrar na Prefeitura, por decisão judicial.
A primeira-dama também é acusada de participar de um esquema de contratação irregulares de servidores públicos.
Confira as operações contra a gestão de Emanuel Pinheiro:
Operação | Motivo | ANDAMENTO DO CASO |
1. Sangria I – 2018 (Polícia Judiciária Civil) | Fraudes em licitação na saúde, tendo como alvos o então secretário da pasta Huark Douglas, o então adjunto Flávio Taques, além de médicos e empresários. | Envolvidos foram alvos de busca e apreensão e depois denunciados |
2. Sangria II – 2018 (Polícia Judiciária Civil) | Esquema para atrapalhar as investigações sobre as fraudes na saúde. Os alvos foram os ex-secretário Huark Douglas, o ex-adjunto Flávio Taques e os médicos Luciano Correia Ribeiro e Fábio Liberali Weissheimer | Parte dos envolvidos foram condenados pela justiça federal com 3 anos e 8 meses de prisão, em regime aberto |
3. Overlap I (Polícia Judiciária Civil) | Esquema de corrupção para supostamente desviar dinheiro da Secretaria Municipal de Educação. Foram apontados como envolvidos os ex-secretários Alex Passos e Rafael Cotrin | A investigação foi trancada. |
4. Overlap II (Polícia Judiciária Civil) | Esquema de corrupção para supostamente desviar dinheiro da Secretaria Municipal de Educação. Nessa fase o alvo da operação foi o então procurador do município Marcos Brito | A investigação foi trancada. |
5. Overpriced I (Polícia Judiciária Civil) | Investiga desvio de dinheiro na compara de remédios para a Covid-19 em Cuiabá. Um dos alvos foi o então secretário de saúde de Cuiabá Luiz Pôssas. | A investigação continua em andamento |
6. Sinal Vermelho (Polícia Judiciária Civil) | Investiga desvio de dinheiro em fraude na compra de Semáforos Inteligentes para Cuiabá, o alvo da operação foi o então secretário de Mobilidade Antenor Figueiredo. | O processo está em tramitação na justiça |
7. Overpriced II | Investiga desvio de dinheiro na compara de remédios para a Covid-19 em Cuiabá. Nessa segunda fase foram alvos além do ex-secretário Antônio Pôssas, o ex-adjunto João Henrique Paiva (Gestão), Milton Correa da Costa Neto (planejamento e R$ 2,1 milhões Operações), Luiz Gustavo Raboni (assistência em saúde) – ex-servidora Helen Cristina da Silva (cotação de preços) – V.P. Medicamentos, Inovamed e mt Pharmacy | Investigação continua em andamento |
8. Curare I (Polícia Federal) | Esquema de desvio de dinheiro na Saúde de Cuiabá no valor de R$ 100 milhões. Um dos alvos foi o então secretário Célio Rodrigues, além de outras 20 pessoas e empresas. | Ação tramita em segredo de justiça |
9. Colusão (Polícia Federal) | Operação que também investigou esquema de desvio de dinheiro na Saúde de Cuiabá, no valor de R$ 1,9 milhão. Entre os alvos estavam ex-secretário de saúde, Luiz Antônio Pôssas de Carvalho – ex-secretário adjunto, João Henrique Paiva – ex-diretor do Centro de Distribuição de Medicamentos e Insumos (cdmic). Elisandro Nascimento – ex-secretária de Planejamento e Finanças, Juliana Rocha – outros dois servidores e três empresas | Ação tramita em segredo de justiça |
10. Cupincha (Polícia Federal) | Esquema de desvio na saúde via contratação de leitos para Covid-19. Nesse suposto esquema, o ex-secretário Célio Rodrigues foi preso e afastado do cargo. | Processo tramita em sigilo |
11. Capistrum (Polícia Judiciária Civil) | Investigou o esquema de contratação irregulares na Saúde de Cuiabá, com suspeita de desvio de R$ 16 milhões. Nessa operação foram alvos o prefeito, a primeira-dama e servidores. Emanuel Pinheiro foi afastado do cargo. | Processo tramita no Tribunal de Justiça |
12. Fake News (Polícia Judiciária Civil) | Organização criminosa montada para praticar crimes de calúnia e difamação contra adversários do prefeito Emanuel Pinheiro. Foram alvos o empresário e irmão do prefeito, Marco Polo (Popó), o jornalista Alexandre Aprá, os ex-servidores Willian Moraes e Luiz Augusto Vieira. | Os envolvidos já foram indiciados |
13. Chacal (Polícia Judiciária Civil) | Esquema de contratação de médicos fantasmas na Secretaria de Saúde de Cuiabá. Foram cumpridos mandados contra servidores da pasta. | Investigação em andamento |
14. Palcoscênico (Polícia Judiciária Civil) | Esquema de desvio de dinheiro nas Secretarias de Saúde e de Gestão. Entre os alvos a ex-secretária de Saúde Ozenira Félix, o ex-procurador Marcus Britto e a ex-secretária Adjunta de Atenção Básica, Miriam Pinheiro | Foram bloqueadas as contas dos suspeitos e a investigação está em andamento |
15. Curare III | Continuidade da operação em que se apurou um suposto desvio de R$ 7 milhões na Empresa Cuiabá de Saúde e na Secretaria Municipal de Saúde | Processo tramita em sigilo |
16. Operação Hypnos (Polícia Judiciária Civil) | Esquema na compra de medicamentos que não deram entrada na Saúde de Cuiabá. Entre os envolvidos estava o ex-secretários Célio Rodrigues e a empresa Remocenter Serviços Médicos. | Investigação está em andamento |
17. Operação Overpay (Polícia Judiciária Civil) | Investiga fraude no pagamento por atendimento de pacientes junto a empresa LG Med Serviços e Diagnósticos. A operação que foi desencadeada hoje prendeu o ex-secretário-adjunto de Saúde de Cuiabá, o médico Luiz Gustavo Raboni Palma, que seria dono da empresa investigada. Além disso outros quatro ex-servidores tiveram mandados de supressão da atividade pública cumpridos. | Investigação está em andamento |
18. Operação Iterum | Desvio de recursos públicos federais destinados à Saúde do Município de Cuiabá em contratos de tecnologia. Prejuízo estimado de 13 milhões. | Investigação está em andamento |
19. Operação “Raio X” | Apura irregularidades na Secretaria Municipal de Saúde da capital mato-grossense na contratação de serviços de raio-X e ultrassonografia. | Investigação está em andamento |
Fonte: Midia News